quinta-feira, 30 de julho de 2009

A chegada do fim


Vou morrer só. Sem ninguém para segurar minha mão trêmula, chorar ou dizer adeus.
Minhas companhias serão os poucos bens que consegui, fotos velhas e brinquedos sexuais.
Estarei numa cadeira de balanço, respirando com aparelho médicos ou andando na rua?
Não sei, mas morrerei só.

Amigos de outrora falarão numa conversa casual "Onde ele está?",
em seguida uma dor no peito de rancor e o comentário que morrerei só.
Meus familiares foram desgarrados e meus filhos sedentos por alguma herança.
Fui jornalista e algo mais, não tive muitos bens. Apenas muita ambição.

Desacreditei no amor quando acordei para a realidade. Desperdicei amantes como dinheiro.
Quero usar o "verbo" para criar o meu maior medo e matar meus demônios.
E minha certeza ficará num site que não lembrarei mais.
Não é amor. Mas quero morrer de mãos dadas com alguém.

... Guarde nossos segredos enrolados em cabelos mortos.