segunda-feira, 4 de maio de 2009

Vou-me embora para Pasárgada


Vou-me embora pra Pasárgada
Lá meus inimigos morrem
As prostitutas não cobram
e os michês não tem AIDS

Repito: Vou-me embora para Pasárgada
E ressalto, só de birra: Vou-me embora para Pasárgada
Aqui é sem graça, sem cor e caótico
Lá a vida é um doce sem bad, Keyla sem sono
Com padê sem hemorragia e bala sem deprê
Kurt, Morrison e Renato não morrem
Vivem colocados e sexualizados, sem culpa
A rotina é imoral, os banheiros Tearoom
E os orifícios não precisam de Pooppers

Não existe academia, gordura e feiúra,
não há padrão de beleza, Gisele Bundchen ou estética
O nonsense é permitido e o niilismo é constante
Embebedarei sem o risco do fígado falhar
Comerei sem o risco de engordar
Deitarei nas selvas de cimento e olharei para o sol
que sem ozônio, não deixará que o câncer me consuma
Willy Wonkas serão perversos como os diabos daqui
no entanto, a dor é mais uma forma de prazer
Os animais estarão mortos, provando a inutilidade
junto aos deuses, que brilhando no céu
demarcando números incontáveis

Em Pasárgada é nazismo com raça mestiça
Negros são obrigados a serem brancos
Gays são másculos e lésbicas têm pênis
O amor não existe, deus é uma desculpa
O ódio é detalhe e o diabo amigo
Poluição é benéfica que cobrem rios de petróleo
o ceú é escuro e a temperatura amena

E quando eu estiver feliz, bem feliz
Tirarei uma foto, para eternizar
Quando o dia amanhecer
Eu me lembrarei:
Lá a vida é doce sem bad
Terei Manuel Bandeira revirado em seu caixão
Resmungado: Nunca gostei de rimas, contudo
Esse poema já é esculhambação